São Silvestre: centenária e noturna

Estou aquecendo os motores, pensando já na São Silvestre do ano que vem, que terá sua centésima edição. A propósito, conversei com José Rodolfo Eichler, meu velho companheiro na organização de eventos esportivos no Brasil, desde a Maratona do Rio e o Triathlon do Rio.

Mas nossa conversa foi mesmo sobre a prova em São Paulo, que já disputei uma vez, quando ainda era noturna. Amigos, vamos desde logo dizer a verdade: ao passar da meia-noite do dia 31 de dezembro para a manhã, a São Silvestre perdeu uma grande parte de seu charme.

Hoje moro nos Estados Unidos, com visitas frequentes ao Brasil, onde estarei ainda neste mês de outubro. Rodolfo, que passou a ser medidor oficial de percursos da AIMS (Associação de Maratonas Internacionais) tem sido ao longo de muitos anos não apenas o medidor oficial da distância da São Silvestre como um de seus principais organizadores.

Eu então lhe disse: a São Silvestre centenária tem que ser noturna. Tem que ser à meia-noite.

Ele concordou, embora me apresentasse muitas razões que, modernamente, tornariam tal evento difícil.

Mas chegamos a uma conclusão: por que não ter a São Silvestre de manhã, para o público em geral, mas ter, na meia-noite daquele mesmo dia, um evento especial, comemorativo, chamando os grandes nomes que disputaram e ganharam a prova no passado?

Como, por exemplo, a portuguesa Rosa Mota, campeã seis anos consecutivos? O queniano Paul Tergat, cinco vezes campeão? O brasileiro Marílson Gomes dos Santos, vencedor três vezes? O português Carlos Lopes? O americano Frank Shorter?

Seria uma distância mais curta. Uma festa, Uma festa de celebridades, de grandes nomes do esporte. Uma festa sem vencedores ou, melhor dizendo, uma festa em que todos são vencedores.

Não sei quem no momento tem o poder de decisão sobre a São Silvestre. Mas tenho certeza de que Júlio Deodoro, hoje aposentado como diretor do evento pela Gazeta Esportiva, a dona da São Silvestre, estaria entre os que apóiam a minha sugestão.

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