O segredo dos técnicos portugueses

O Brasil e muitos outros países do mundo têm acolhido um grande número de técnicos de futebol portugueses, a maior parte deles com sucesso.

Mas voltemos a 1966, quando Portugal ficou com a terceira colocação na Copa do Mundo disputada na Inglaterra… e seu técnico era um brasileiro, Otto Glória

Houve época em que o Brasil despachava técnicos para o exterior. Além do próprio Otto Glória, Zagallo, Carlos Alberto Parreira, Telê Santana, Cláudio Coutinho, Vanderlei Luxemburgo, Carlos Alberto Silva, Luiz Felipe Scolari e muitos outros.

Hoje ainda há alguns, mas não muitos. Em compensação, técnicos estrangeiros proliferam no Brasil, especialmente os portugueses, como Artur Jorge, que acaba de levar o Botafogo à conquista da Copa Libertadores.

No Brasil e no exterior. No momento, o Manchester United, talvez o mais conhecido time de futebol do planeta, tem um técnico português, Ruben Amorim.

Quando começou a reviravolta? Certamente com o mais famoso deles, José Mourinho, agora comadando o Fenerbahçe, da Turquia.

Homem de temperamento difícil, Mourinho já passou por alguns dos maiores clubes do mundo, como o próprio Manchester United, o Chelsea, o Real Madrid, o Tottenham Hotspur, Internazionale de Milão, Roma, etc.

Dizem que José Mourinho aprendeu os segredos da profissão quando era intérprete do técnico inglês Bobby Robson na passagem deste pelo futebol português e espanhol. Dizem, mas não é verdade.

A verdade é que José Mourinho e todos os outros que vêm seguindo em seus rastos têm uma formação científica, universitária, em futebol.

O segredo dos técnicos portugueses está em um organismo chamado Faculdade de Motricidade Humana. É um departamento da Universidade de Lisboa e é de lá que vêm homens como o próprio Mourinho, Carlos Queiroz, Ruben Amorim, Jorge Jesus e muitos outros.

A Faculdade foi idéia de Antonio Veloso, diretor do programa de PhD de Cinesiologia da Universidade.

Sim, amigos, estamos falando em PhD em futebol.

No Brasil dos tempos de Otto Glória o futebol era prático, instintivo. Naquela época se dizia que “futebol não se aprende na escola”.

Agora os pupilos da Universidade de Lisboa estão mostrando ao mundo que se aprende sim, com ciência e dedicação.

A ponto de - pasmem - hoje a Premier League, o mais rico, famoso e acompanhado Campeonato de Futebol no planeta, sediada em Londres, ter o mesmo número de técnicos portugueses e ingleses.

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