“Homens Fortes” fazem Nações Fracas

Muitos americanos amigos meus, talvez por não terem muita experiência de viver no exterior, não compreendem quão enorme é o dano que Donald Trump está causando aos Estados Unidos.

Sim, um pequeno país como o Panamá pode se amedrontar e recuar quando sob ameaça de invasão, decidindo afastar-se de laços com a China através da Nova Rota da Seda.

Mas outros países, mais confiantes de sua força, podem tomar o caminho oposto. Quantos deles não estarão agora mesmo pensando em intensificar suas relações comerciais e até estratégicas com o poder em ascensão no Oriente?

O dano à reputação americana no mundo tem sido imenso. O que países mais poderosos do que o Panamá são levados a pensar quando Donald Trump fala abertamente em transformá-los no quiquagésimo primeiro estado americano ou a forçá-los a ceder parte de seu território?

Estamos de volta ao século XIX?

Nem estou me referindo a tolices e ridicularias como a de mudar o nome de Golfo do México para Golfo da América. O Canadá e a Dinamarca certamente não têm o poder militar dos Estados Unidos, mas são membros da OTAN, um organismo extremamente importante para o governo americano quando se trata de conter a influência da Rússia no mundo ocidental.

Quando você ameaça seus colegas da OTAN com linguagem desabrida (já para não falar em tarifas) como a usada por Donald Trump, como você pode esperar que o resto do mundo condene a Rússia quando ela invade a Ucrânia? Quando você fala em mandar tropas para ocupar Gaza e transformá-la na “Riviera do Oriente Médio”, as nações civilizadas não o respeitarão.

O mais recente disparate foi fechar a USAID, uma agência criada para espalhar a influência americana no resto do mundo através de um “poder suave”. A idéia era a de tornar os Estados Unidos admirados, levar outros povos a seguir as diretrizes americanas, ver os filmes americanos, cantar canções americanas, adotar a gíria americana, beber a Coca Cola americana, ir ao McDonald’s americano, acompanhar os jogos da NBA, assistir ao Super Bowl - em outras palavras, comprar tudo o que é “made in the USA”?

E é claro que quando a USAID manda comida, roupas, remédios, produtos, equipamentos ou qualquer outra coisa para países pobres, tudo isto é comprado no mercado americano, beneficiando a agricultura americana, a indústria americana, as empresas americanas, a tecnologia americana.

Mas a mensagem que Donald Trump manda ao resto do mundo não é a de “America The Beautiful”. É a do “Ugly American”.

E agora vemos um sul-africano que saiu de seu país porque se opôs ao abandono da política de “apartheid” orientar as diretrizes de fascimo, racismo e imperialismo de Donald Trump para o resto do mundo.

“Homens Fortes” fazem nações fracas.

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